sábado, 28 de março de 2020

A Solidão Importante

Eu gosto de admirar coisas simples e cotidianas. Gosto de agradecer coisas que, muitas vezes, passam despercebidas.
As pessoas costumam admirar uma boa música, uma boa companhia. Mas não agradecem o silêncio, a solidão.
Aquele silêncio calmo, que cala o mundo e acorda seus pensamentos. Pensamentos só seus. Sonhos e imaginações que ninguém precisa saber, você fica satisfeito em tê-los só para si.
E a solidão. A solidão boa. A solidão que te permite ser você mesmo, sem restrições. Ouvir aquela música que você gosta em segredo e dançar sem se preocupar se é estranho ou não, usar aquela velha roupa confortável, e nem o cabelo arrumar. Só você consigo mesmo.
Se poder passar bastante tempo só, sem que seu psicológico afete negativamente, você vai se conhecer melhor, e possivelmente se amar mais.
Porque a solidão boa é importante. Você não vai pensar no exterior - aparência ou atitudes. Você vai ouvir e ver seu interior. Vai poder explorar suas opiniões: o que você gosta? o que você faria?
Você pode se autoavaliar, pode esculpir mudanças, sem julgamento prévio. Você pode se completar.
Além de tudo, as pessoas acham que a solidão é doença. Mas, muitas vezes, é saúde! Poder se afastar de críticas não construtivas, de olhares maldosos e de palavras que não são medidas, de tudo que não te faz crescer.
Então, foi isso que aprendi com a minha solidão. Minha porque escolhi, porque é só minha! 

sexta-feira, 13 de julho de 2018

Os sofrimentos do jovem Werther

"Só Deus sabe quantas vezes mergulho no sono na esperança de nunca mais despertar; e, pela manhã, quando arregalo os olhos e torno a ver o sol, sinto-me profundamente infeliz. Oh! se eu pudesse mudar de humor, entregar-me ao tempo, a isto ou àquilo, ao insucesso de uma iniciativa qualquer, ao menos o fardo dos meus aborrecimentos não pesaria tanto. Que desgraçado que sou! Sinto-me perfeitamente o único culpado... Não, não sou culpado, mas é em mim que está a fonte de todos meus males, como outrora a fonte de toda minha felicidade. Não serei mais o homem que então nadava num mar de rosas, e a cada passo via surgir um paraíso, e cujo amor era capaz de abranger o mundo inteiro?
Mas o coração que assim pulsava está morto, não produz mais os arrebatamentos de outros tempos; meus olhos, agora secos, não se refrescam mais de lágrimas benfazejas, e a angústia abafa os meus sentidos, contrai e eruga a minha fronte. Aumenta meu sofrimento verificar que perdi aquilo que fazia o encanto da minha vida: Sagrada e tumultuosa forças graças à qual podia criar mundos e mundos em torno de mim. Essa força não mais existe!
Quando contemplo, da minha janela, o sol matutinho rasgar a bruma sobre a colina distante, iluminando a campina silenciosa no fundo do vale, e vejo o riacho tranquilo correndo para mim e serpenteando entre os salgueiros desfolhados, essa natureza me parece fria e inanimada como uma estampa colorida. Todos esses encantos não podem me fazer subir do coração ao cérebro a menor sensação de felicidade, e todo o meu ser permanece perante Deus como uma fonte estancada, como uma ânfora vazia! Quantas vezes caio de joelhos sobre a terra, implorando de Deus algumas lágrimas, como um semeador implora a chuva, se sobre a sua cabeça o céu de bronze e, em torno, a terra estala de sede.
Mas, ai de mim, não é a impetuosidade das nossas preces que fará com que Deus conceda a chuva e o sol. E os tempos, de que sinto uma torturante saudade, só eram felizes porque pacientemente eu me confiava ao seu espírito e recebia de todo o coração, com um vivo reconhecimento, as delícias que ele derramava sobre mim."

Johann Wolfgang von Goethe

quarta-feira, 18 de abril de 2018

I Hate

Eu odeio minha vida!

As vezes esqueço disso, porque talvez tenha épocas melhores, porque talvez o tempo passe tão rápido que nem perceba, ou porque já estou acostumada.

Certo, você pode dizer: "mas você tem uma casa", "mas você tem saúde" e blá blá blá. Sim, eu tenho. E agradeço por isso. Mas um conforto de uma casa ou de um carro não sustenta uma alegria vitalícia.
Os bens materiais também são uma conquista, mas não posso usar só isso como felicidade e "vitórias" da minha vida.

Odeio como foi minha adolescência. Odeio que eu era tão tímida e perdia muito por conta disso. Odeio que tive tantas brigas e conflitos na família.
Odeio minha vida adulta. Odeio não ter emprego e ter que ouvir desaforos por não pagar minhas próprias contas. Odeio não saber fazer nada em especial para poder ganhar dinheiro. Odeio não conquistar MINHAS coisas. Odeio estar envelhecendo e não conseguir nada, não ter sonhos. objetivos e metas. Odeio isso ter acontecido... Odeio estar vazia por dentro.

Odeio os dias que percebo como é e foi minha vida. Como estou tanto tempo 'igual'. Eu mudei, me mudei e mesmo assim tudo está igual.

Eu me odeio. E as vezes esqueço disso também. Ouço só coisas ruins, não sei se são verdades ou se as pessoas não valorizam o que eu faço.

Sei que vai passar um tempo e vou estar aqui escrevendo coisas parecidas porque nada mudou. E isso NÃO é NEGATIVISMO. Isso já passou. Agora é só a minha realidade chata!

segunda-feira, 29 de maio de 2017

Todos irão te machucar

Uma hora ou outra as pessoas sempre se mostram desprezíveis.
Por que digo isso? Porque qualquer pessoa sempre vai me tratar como lixo. Não importa a importância que tenho na vida da pessoa, não importa o quanto faço por eles.
Não importa porque depois de certo tempo percebi que o orgulho muitas vezes é maior que o amor.
Porque quase ninguém vai preferir "perder uma discussão", por que preferem cuspir besteiras e magoar quem as ama.
Porque amizade em minha vida já não vale nada. Amizade está sendo um momento: Um momento de conversa, um momento de risada... Apenas o momento.
Amizade está sendo no caso de eu precisar me abrir com alguém, contar coisas que na verdade não queria dizer pra ninguém, mas que como precisava muito, eu confiei. E é ai que futuramente as pessoas usam isso contra mim.
- "Estou triste, pois, não tenho amigos e emprego, nem nada que possa me distrair." 
- "Não fique triste, você é capaz de conseguir tudo o que deseja."

Futuramente estarão me dizendo: "Haha, está achando que pode dizer algo? Uma fracassada que não tem emprego, estudo e nem amigos?"
Sempre acontece isso! As pessoas que amo usam minhas dores e fraquezas contra mim. E elas/eles não tem medo de usar não!  "Você deveria encontrar alguém que te espancasse todo dia como sua mãe fez". Acaba que conseguem o que querem: Eu me derramando em lágrimas.
A troco de que? Orgulho! Arrogância!

E mais do que nunca vejo que isso não é exclusividade de uns e outros, TODOS IRÃO TE MACHUCAR! Não importa o quanto te amam, na verdade, os que você mais amam é que mais te magoarão, pois eles sim sabem todas seus pontos fracos.

sábado, 31 de dezembro de 2016

Retrospectiva

Em clima de final de ano uma retrospectiva:

Acreditei que esse ano eu conseguiria muitas coisas. E uma coisa muito importante eu consegui, mesmo sendo em partes: Melhorei um pouco, alguns medos estão menores, e eu consigo ser mais compreensiva comigo e com as pessoas. Não me odeio tanto agora. E o mais estranho é que foi do nada. Eu simplesmente acordei melhor.

Bom, essa foi a melhor coisa que aconteceu no ano para mim.
Não consegui estudar, não consegui emprego, perdi vagas de estágio justamente por não estar estudando. Não evoluí muito na questão de "interação social". Ainda sinto pânico de lugares lotados ou de expressar um opinião e falar em público, falar no telefone sem gaguejar... etc
Não conseguimos terminar nossa casa ainda, meu marido segue trabalhando em casa. Esse ano, como a maioria dos brasileiros, tivemos uma crise financeira. Piorou depois de meu marido ser assaltado e terem levado uma boa quantia.
Continuei travada nos meus hobbies. Não consegui evoluir no desenho, música, escrita. Não consegui (mais um ano) terminar de escrever meu livro. E não consegui ler tantos livros quanto pretendia, e nem fazer exercícios físicos. Isso são coisas que me deixam chateada, já que são objetivos pequenos.
Poderia dizer que tentei pouco. E também posso dizer que tentei e achei que não conseguia ou que simplesmente eu não tive paciência. Sendo qualquer desses motivos são eles que me deixam com raiva de mim ainda. Eu tento pouco, eu falho muito e eu desisto rápido.

Resumindo: Me decepcionei comigo esse ano.

Ainda continuo vivendo o passado e não consigo sair do lugar.

Então é isso, entre deslizes e vitórias todos devemos continuar tentando!

Feliz Ano Novo! (e por favor, adeus ano velho!)

domingo, 23 de outubro de 2016

Amigo estou aqui

Amigo, estou aqui!
E onde você está?

Amigo(a), eu sinto sua falta. Eu sinto falta de dar risadas de coisas bobas, eu sinto falta de contar e ouvir histórias, sinto falta de olhar um filme de terror com você para não ter medo. Sinto falta de jogarmos juntos algum jogo de luta e sair em um final de semana de tarde para qualquer lugar que possamos conversar até o sol ir embora.
Amigo(a), não sei o que houve, não sei porque você deixou de falar comigo. Não sei se você precisou de ajuda, mas eu com certeza lhe ajudaria era só pedir. Não sei se algo lhe magoou ou se você simplesmente se distanciou.
Eu entendo que eu talvez não seja uma amiga muito divertida. Eu não bebo, não vou a festas e muitas vezes tenho problema em sair. Eu tenho dificuldade em demonstrar meus sentimentos e me sinto mal em lugares lotados. Sei que isso me faz parecer estranha. Mas uma coisa é certa, se você faz falta é porque eu realmente me importo com você e você ter "sumido" me deixou um vazio.
Sabe amigo(a), eu tenho medo de lhe procurar, eu tenho medo de não significar nada, ou significar muito menos do que significa para mim. Eu tenho medo pois, sei que você não sente tanto minha falta.
A verdade é que eu sempre faria tudo para te ver sorrir, e agora eu precisava de suas conversas e seu ombro amigo.
Então, se for meu amigo(a), se sabe que estou lhe citando indiretamente, me diga!
Se precisa de algo, se quer sorrir, me diga!
Ou se não é tão chegado assim e quer desabafar... Amigo, estou aqui! 

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Tempo que parou

Durante alguns dias eu esqueço o tempo que parou. As vezes eu apenas vivo sem pensar nisso, e isso é bom. Porque quando eu lembro, me tomo em desespero.
Logo será final de 2016, e depois de muito tempo eu me sinto melhor. Mas nada mudou.
Na verdade, eu mudei. Mudei porque não me sinto tão desesperada em relação ao tempo. Mas só quando estou ocupada com algo que invento. Pois, se no final de cada dia eu não estiver cansada a ponto de somente deitar e dormir, eu não paro de pensar no fracasso. Então, descobri que por enquanto o meu remédio é inventar qualquer coisa que me faça cansar para não pensar no final do dia e assim não enlouquecer.
E isso falhou essa semana... Eu lembrei. Ou melhor, eu percebi, de novo.
Essa semana pensei no tempo que passou, e as coisas que continuaram iguais.
Por causa de tudo que me aconteceu no final de Maio de 2013, eu perdi muito. E a maioria das coisas eu não recuperei.
O que eu mais perdi nisso foi autoestima e coragem.
Sempre fui determinada, mesmo que meus resultados não fossem satisfatórios,
Naquele ano, em junho ou julho, eu perdi uma das coisas que mais amava fazer, e com isso, foi também minha auto-confiança.
Enquanto as pessoas estão vivendo suas vidas, eu estou vivendo somente em torno das coisas que perdi. E quando penso em voltar a falar com alguém que perdi contato e falar sobre o que aconteceu, eu lembro que não faz um mês ou pouco mais, mas sim, mais de três anos. E que pessoas que eu penso quase todos os dias, talvez até tenham esquecido de mim.
No dia que sai da orquestra que tocava, em 2013, eu tive uma forte crise de nervos e conversei com a professora, e ela me aconselhou a me afastar. E naquele dia eu sai chorando, logo depois a crise piorou e eu fui para o hospital. Na madrugada quando voltei, entrei um pouco no facebook para ver se tinha alguma mensagem de algum colega ou professor, e até esperei ligações durante a semana. Mas até hoje eu não recebi nada. E isso me magoa muito, me mostrando o quão insignificante eu era.
Naquela noite, eu sai chorando e nunca mais voltei, e ninguém se preocupou.
E ai que vejo, que enquanto a vida de todos mudaram, eu continuo presa no passado. Eu continuo sem coragem de tentar qualquer coisa, eu continuo com as perdas. E somente com elas.